Respondi a
seguinte indagação do Jornalista Paulo Andreoli na sua rede social:
Vc que já és maior de idade, que está lendo este 'post', responda-me.
Teria algum tipo de medo ou receio se ainda
adolescente fosse aplicada a redução da maioridade penal ?
A minha
resposta caso se fosse adolescente seria: eu não teria medo ou receio da
aplicação da maioridade penal, todavia, pensar tão somente com uma visão
egoísta em mim, seria tosco e aviesado ao ponto de ser incompreensível a
medição pela minha régua, onde tive sempre um lar e estrutura familiar (apesar
de ter perdido meu pai quando tinha 14 anos e viver apenas com o salário da
minha mãe professora).
O discurso imediatista é sempre mais fácil e sedutor,
venho comentando sobre isso na minha página Breno Mendes durante alguns dias, porém,
como estudioso, curioso e sobretudo como vivenciador na prática do sistema
criminal na condição de Advogado, afirmo ser totalmente descabida a diminuição
da maioridade penal, a discussão JAMAIS poderia ser sobre os efeitos e sim
teria que ser sobre as causas, por tudo que estudei e vivencio na prática, as
causas são totalmente diferentes.
O trabalho tem que ser preventivo em
EDUCAÇÃO, esporte, cultura, saúde, condições de acesso a informação, controle
de natalidade, valores morais para dignificar a criança e o adolescente como
ser humano, conforme previsão legal de tratados internacionais que o Brasil
aderiu e o próprio Estatuto da Criança e do Adolescente preconiza.
O ESTADO
renegou a própria sorte as crianças e adolescentes durante um ou mais século, o
resultado não poderia ser outro, a desordem e o caos, são os efeitos do descaso
do Estado, essa conta que está sendo cobrada agora é ao meu sentir ESTELIONATO
POLÍTICO, mudança de foco, para atrair credibilidade a políticos junto a
população que tem na sua maioria o senso comum no pensamento da vingança
imediata, sem pensar em responsabilizar o Estado que deixou de fazer sua parte.
No mais, fora a parte preventiva a parte da reeducação, ressocialização e
reinserção social dos menores em conflito com a lei só existe no papel, salvo
raras exceções. A população carcerária do Brasil é a terceira do mundo com mais
de 700.000 (setecentos mil) presos, cadeias super lotadas, faltam presídios,
reincidência quase na casa de 80%, a solução definitivamente não é inchar ainda
mais as prisões com os menores em conflito com a lei.
Em outro giro de
pensamento, a Associação dos Magistrados, dos Promotores, Defensores Públicos e
OAB, todas as entidades que participam na prática do sistema, são radicalmente
contra com conhecimento de causa.
Por fim, faço desafios a todos que apoiam e
querem a redução da maioridade penal:
1 - Que a redução seja sim aplicada a
partir do momento que o Estado cumpra tudo que estabelece de direitos e
garantias aos menores de acordo como os tratados internacionais que foram
aderidos em Direitos Humanos, cumpra a Constituição Federal e o Estatuto da
Criança e Adolescente;
2 - Que depois de cumprido o item 1 seja feita a redução
da maioridade penal por prazo determinado de três a cinco anos, para aferir os
resultados práticos de diminuição de criminalidade, caso não aconteça, que a
lei volte a vigorar como era anteriormente, estabelecendo as famílias as
devidas indenizações por eventuais danos causados.
Dr. Breno Mendes é Advogado - Membro da Comissão dos Criminalistas da OAB/RO.
Contatos:
Email: brenoadvogado@hotmail.com
Wats: 069 92915348
Fan Page: brenomendesadvogado
MENDESESADVOGADOS
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