Diferentemente do que muitas pessoas imaginam a “campanha eleitoral” começa aproximadamente um ano e meio antes da eleição propriamente dita, isso porque, o candidato terá que definir em qual partido irá disputar a eleição e essa decisão acontece obrigatoriamente por lei um ano antes.
Obviamente que você pode estar pensando, ora se a pessoa sabe que vai ser candidato é lógico que já está filiado em um partido, engana-se quem pensa dessa forma, acontece que como falei em postagem anterior, muitos candidatos apenas sabem que de fato querem ser candidato, mas não tem a mínima ideia do que precisa para ser de direito efetivamente.
Interessante lembrar um caso concreto nas eleições para vereador de 1996 em Porto Velho, onde um pretenso candidato, já no ano da disputa propriamente dita, antes um pouco da convenção do partido, descobriu que a filiação dele não existia naquele partido que ele pretendia se candidatar, a sorte que quando foi fazer a pesquisa no TRE descobriu que era filiado em outro partido que não aquele que queria disputar a eleição, tendo tempo hábil para disputar a eleição no partido que nem sabia que era filiado, se assim não fosse nem candidato poderia ser, pelo simples fato de não ser filiado em nenhum partido, sendo essa uma das condições rígidas para poder ser candidato.
Dessa forma é prudente antes de lançar-se candidato primeiro saber se de fato e de direito está ou não filiado em um partido, segundo saber se não está filiado em dois partidos (dupla filiação), outra situação que é muito comum, por mais incrível que possa parecer.
Aponto dois motivos que são preponderantes para a dupla filiação:
1. os partidos na maioria tem seus diretórios provisórios (municipais) e não definitivos, com isso, poucos tem organização, é comum não tratarem a documentação dos seus filiados com o devido zelo.
2. existe uma prática dos partidos de filiação em massa, que nada mais é que colocar os seus membros partidários na busca de novos filiados e muitos desses membros no afã de mostrarem que são grandes líderes, enganam as pessoas (eleitores) que estão apenas fazendo um cadastro, mas que na realidade estão sim filiando-as nos seus respectivos partidos.
Importante afirmar que muitos eleitores são filiados em um partido sem nunca imaginar que foram filiados, porque foram enganados por algum membro partidário, é triste mais é a pura realidade.
A consequência mais complicada é quando esse mesmo eleitor que foi enganado pretende ser candidato e não faz uma pesquisa prévia no TRE, por muitas vezes ele participa da convenção do partido que pretende ser candidato, passa na convenção, mas na hora que for julgada a sua candidatura vem à surpresa: DUPLA FILIAÇÃO. E infelizmente esse eleitor não poderá ser mais candidato.
Imagine nessa altura do campeonato o tanto de tempo e de dinheiro que já foi gasto em vão, por isso, tem que haver o planejamento da campanha e uma das fases do planejamento é justamente essa, a verificação da documentação do pretenso candidato.
Por fim lembre-se que na campanha moderna é fundamental a parte técnica: jurídica, contábil e publicitária.
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